quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A Piscina à Quarta-Feira...Por Maria De Fatima Rodrigues


  A Piscina à Quarta-Feira

Bem feito! Quem é que manda as senhoras entradotas e vaidosas fazer ginástica tola, só porque não querem ter um traseiro gordo?
Céus ! Esta citação exaspera-me.
Mas porquê ? Porque é verdade. Fiquei com o traseiro assim por falta de tempo para me cuidar...Mas se de repente todos decidíssemos começar a fazer o que nos apetecesse, seria a anarquia total!
Não é verdade...o que me queres dizer com isso?

O que eu quero dizer? É simples. Eu já não sou o playboy que praticava motonáutica em Monte Carlo nos anos 70, nem tu és miss com quem eu casei. Lembras-te ? Mas....a fortuna da tua familía, eis  porque casei contigo, já nada significa para mim. Estou farto dos clichés e a do vosso novo-riquismo. Quantas imitações de Monet é que tu pensas que um homem aguenta ?
É demais para mim. Não aguento o vazio da minha existência.
Adieu, querida. Deixo-te e vou para a Índia, para fazer trabalho voluntário.

É segunda-feira...fui ao Continente no Porto. Descobri que as rações para o meu cão e gata não sofreram qualquer aumento, pelo menos até agora. Cereais Estrelitas tinham tido aumento... o pão e as bolachas, também ...os chocolates e o vinho do porto, não... menos mal...(sou doida por chocolates e um porto, enquanto saborei-o o último cigarro da noite na algazarra do Facebook)!!!
Quase €100 euros...Depois arrumo as compras no carro e vou até ao meu local favorito para tomar um café (sim mais um... neste momento estou com meia hora de pica, mas como o último de hoje foi tomado antes das cinco, tenho tempo de acalmar as ansiedades ate logo à noite, pelo que não me deve afetar o sono...)
Na esplanada, apanhei perto de meia hora de solinho na moleirinha (o sol de inverno não me faz dor-de-cabeça, e deve ser das poucas coisas que não faz...), li umas páginas do jornal, e voltei - ah, e o café, ali, continua a custar o mesmo!
Entrei em casa e fui direta para a cozinha, sem passar no banco, nem levantar os 250 euros que me depositaram extra acordo judicial. Arrumei as compras e estendi a roupa. Descarreguei a máquina da loiça... recarreguei-a. Pus sopa a fazer. Fui para a casa de banho, tirei a roupa...ainda não foi desta vez que tomei um banho na banheira c/ hidromassagem...paciência...quase que sei quem a vai inaugurar.
Pronto.
Quer isto dizer que o Einstein não tinha razão? Nope, nem por sombras, muito antes pelo contrário. É assim um bocadinho a 'teoria da inevitabilidade'... se tem de ser feito é melhor não fazer esperar, e muito importante, fazer sem pensar (e isso é uma carga de trabalhos, que eu não consigo desligar a mioleira... mas funcionou). Consegui esquecer o sábado e o domingo... enfim, a liberdade é uma maluca...sabe quanto vale um beijo...e, se for roubado, é mais saboroso.
Amanhã, combinei fazer trabalho voluntariado para que o meu Mestre não me volte a dizer:
-Não percebes nada de estória nem de homens ...Loollllll !!!!

Agora que sou dona de casa, mereço uma extravagância à quarta-feira. O meu patrão não se pode queixar...servi-lhe o pequeno almoço na cama...sem faltar o sumo de laranja, obviamente...sabes que dia é hoje?? Vou à piscina das 7 às 8, pelo caminho gosto de ouvir música...sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão, sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão.
E, porque hoje é quarta-feira, nada melhor que ler Fernando Pessoa e Vinicius de Moraes. !!!
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Neste Maria De Fátima teve participação de João M.B.Nobre.:-)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Queda Da Propria Altura

— Qual seu nome? Fale comigo, seu nome?
Mal conseguindo respirar de tanta dor, resmunguei meu nome.
— A senhora desmaiou, vomitou? — Não
Me levaram as pressas para a sala das emergências com um capacete que parecia me sufocar e rapidamente me ligaram a aparelhos
A dor no rosto era insuportável e meu pescoço parecia dilacerado.
Estava no hospital da faculdade, estudantes haviam por todos os lados. Alguém fala ao telefone:
— Doutor tenho uma paciente aqui de cinquenta e um anos, queda do próprio corpo, ela não desmaiou, nem vomitou, traumatismo na face.
Em instantes uma campainha toca:
— Opa!!! Imediatamente sou retirada dos aparelhos e empurrada para um estreito corredor entre duas camas e logo vem o motivo da agitação toda. Um acidentado.
Deixei de ser o foco das atenções agora e não era mais a estrela principal dos holofotes.
— Como é seu nome? Fale comigo, o seu nome?
— Bombeiro disse que este foi encontrado atropelado...
— O senhor tem quantos anos? Rápido alguém rasgue suas calças aqui...

E eu fiquei ali, abandonada a minha própria dor. Tinha vontade de gritar, que pelo menos me medicasse. Minhas lágrimas corriam aos borbotões. Meus deuses!! Tudo doía.
Eu havia escorregado numa rampa íngreme, sem ter onde me segurar e com as mãos ocupadas, bati com a cabeça no chão e rolei dando de rosto no chão de cimento.
Por quase duas horas eu esperei pela medicação, tirei raio-X constatando que não tinha osso quebrado. Só queria ir embora pra casa agora.
O especialista em neurologia entra e se digna a me olhar, dizendo solenemente:
-A senhora vai dormir aqui esta noite para observação. Amanhã se não houver alteração no seu quadro, será liberada.
Minha dor tinha aliviado bastante, e não estava mais chorando.
Encostaram minha maca num corredor onde recebi logo, tive sorte, um colchão e um lençol.
Filhos e um pai apavorado foram para casa, prometendo voltar mais tarde trazendo coisas de primeira necessidade, escovas de dente, camiseta, lanche... Pedi que trouxessem um livro, pois com certeza não iria dormir nada naquele lugar, me ri muito mais tarde deste detalhe, como eu ia conseguir ler com aquela dor me atormentando, alguém imaginava!
A noite foi um caleidoscópio entre sonho e realidade. Nestas horas a dor, além de triste é muito solitária.
Por vezes eu me acalmava e me refugiava em lembranças boas, isso me aquecia e cochilava. Por vezes acordava sobressaltada com as emergências esbarrando em minha cama de rodinhas... Bombeiros correndo atrás de macas.
— Ocorreu um óbito agora.
— Ai!!! Me ajude a levantar... Olhei pra trás, era um senhorzinho que estava com sonda.
Todos pareciam ocupados demais para prestar atenção nele.
Um segurança que havia caído de uma escada rolante e não queria fazer tomografia.
Pela manhã, antes das seis horas, meu marido já estava do meu lado. Chegara uma moça que gritava de dor... Queria ajudar, sério! Sabia que não podia, mas, queria. Ela parecia muito jovem e gritava pela mãe.
O senhor velhinho ainda queria sentar na maca e apesar dos protestos que não podia, ele deu um jeito e caiu, se estabacando no chão.
Me senti estranha, quando a enfermeira veio e lhe passou uma reprimenda, um velhote que tinha sede, tinha vontade de sentar e não podia. Disse que tinha que ir embora por que tinha uma consulta marcada em outro hospital. Achei ridícula a explicação, ele queria sair de um hospital, para se aboletar em outro!
Só fui liberada depois das treze horas. Quando cheguei a casa queria ir dormir somente, se o rosto doloridamente inchado deixasse claro.
Minha prima me falando pelo facebook de noite, lembrou-me de uma brincadeira da infância:
— Velho quando não morre de tombo, morre de caganeira. Risos..
— Pare de me fazer rir caramba! Dói tudo. Mais risos...
Tenho a impressão que se não somos especiais para ninguém, estamos lixados, pois na hora da morte vamos sozinhos e ninguém pode fazer nada para mudar isso.
...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Hábitos e Moral...Cronica de Maria De Fatima Rodrigues


Hábitos e Moral

Das poucas coisas que nos distingue dos animais, aquelas que mais nos espantam e diferenciam, são a capacidade de raciocínio e a possibilidade de podermos escolher e decidir. Esse direito temo-lo desde que nascemos, sobretudo se vemos pela primeira vez a luz do sol num país livre e democrático, vai-se esbatendo, vai-se perdendo ao longo dos anos pela força da vida e das suas vicissitudes.
A vida vai-nos moldando, vai-nos modificando as escolhas e vai tentando conduzir-nos, muitas vezes, para onde não queremos ir. Verdades absolutas e insofismáveis levam-nos, em muitas ocasiões, a deixarmos de parte este poder de pensar e de sentir, passando a nossa preocupação a ser, única e exclusivamente, a nossa sobrevivência e a daqueles que nos estão mais próximos. Saltamos a fronteira, o comportamento deixa de ser pensado e exercido em termos de lógica humana, baseado em sentimentos, em normas e em critérios, para passar a ter uma objetividade instintiva, reagindo com base em necessidades e em interesses próprios. Ao pensarmos desta forma, equacionando o problema desa maneira, apercebemo-nos, então, do porquê de determinadas atitudes, de certos procedimentos. Percebemos, então que as pessoas sentem o que sentem, mas são levadas a agir em sentido completamente diverso. Verificamos que o ser humano se transformou, por forma a que pudesse garantir a sua sobrevivência e a dos seus, custe o que custar, doa a quem doer.
Esta capacidade, humana, apesar de tudo, de alterar o nível e a base do pensamento humano, torna-se mais notória, quando se ocupa um cargo público, quando o emprego se deve a um qualquer favor, quando a vida depende de terceiros.
Só assim se pode compreender o total alheamento de uma sociedade para com os seus próprios problemas, só assim se entende o porquê das pessoas se calarem quando lhes apeteceria flar, só assim se percebe até que ponto estão as pessoas dispostas a perderem a sua liberdade em troca da sobrevivência.
Será que a liberdade não é um preço demasiado elevado para que se possa pagar sem pensar?
Não será porventura, evidente que, com uma sociedade silenciada e amordaçada, sem capacidade de iniciativa, sem intervenção directa naquilo q lhes diz respeito, estaremos a construir um futuro (para nós, para os nossos e para os outros) amorfo e tristonho, demasiadamente simplificado e comodista?
Será que, ao acordar, não ficaremos surpreendidos por tudo aquilo que permitimos que fizessem sem que nos prenunciássemos?
Parece, pois claro e indesmentível que, a continuarmos na senda da sobrevivência nua e dura, adormecidos por um qualquer calmante de fortr poder sedativo, teremos a triste e (in)esperada surpresa de, ao acordarmos, verificarmos que a liberdade se perdeu e que o preço, pago por ela, foi demasiado elevado.
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domingo, 1 de janeiro de 2012

Nasce 2012...Por Hilda Milk

Agora é oficialmente 2012 no mundo todo

 Uma das frases que mais gostei de ouvir ontem.
_Paz agente não deseja, paz agente constrói.
Então...
O que se quer é saúde para construirmos nossa paz.
Vontade de fazer o melhor, esperar que as sementes todas brotem e cresçam, com doses de sol e água, fortes e que estas produzam bastante frutos,para que na colheita,não falte para ninguém.
Um ano novinho em folha.
Desejo é que a humanidade toda, tenha uma renovação de tudo que é bom,
para todos aqueles que realmente o queiram.
Tenho esperanças para dar e vender, se alguém se interessar!
Acredito na compreensão mútua de alguns poucos e que esta, seja altamente contagiosa
E rezo para um Deus que criou todas as coisas,não na igreja, pois nesta não cabem todos, mas em céu aberto.Venho pedir sempre, de mãos postas e humildemente, porque tenho noção de minha insignificância.
Quero encontrar o caminho da igualdade,só lá encontro meus iguais, dividir o meu pão.
Pão este que falta em tantas mesas.
Dividir o afeto, por que do contrário que se pensa, ao repartirmos este só se multiplica.
Sozinha não sou ninguém.
Sou orfã e sem teto,choro e passo fome.
Sozinha ninguém se importa,
Sozinha sou invisível,sozinha não tenho nome.
Ter alguém é importante na nossa existencia, não fosse isso, provavelmente não saberíamos o que é o amor.
e nem o senso de amizade ou a solidariedade de irmão, ou afeto incondicional de pais.
Em quase todas as filosofias existentes encontramos uma frase comum.
_Somos feitos a sua imagem e semelhança e somos seus filhos.
Então agente(JUNTO) Pode!
...Mãos a obra meu amigos, vamos construir nossa paz, aproximar as igualdades e diminuir as diferenças no mundo.
Bom Ano a todos.